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Entrevista com Flávio Albuquerque Neto– Coordenador de GT do CAED-Jus 2024

O entrevistado da vez é o Flávio Albuquerque Neto .

Flávio Albuquerque Neto é Doutor em História pela UFPE (2015); Professor e Pesquisador do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Professor colaborador do Curso de Pós-Graduação em Ciências Criminais da UNITA (Caruaru-PE). Pesquisador nos seguintes temas: História das prisões e dos prisioneiros; Educação prisional; Prisões e Direitos Humanos. Diretor de Pesquisa na Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFPE.

Organizador da coletânea “História das Prisões no Brasil (2 vols; Editora Rocco, 2009; Editora Anfiteatro, 2017).  Atuou como pesquisador no Senso de Leitura dos Sistemas Prisional e Socioeducativo, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça entre 2021 e 2023.

Nesse momento, coordenador do GT: 05 – Crimes e Segurança Pública.

Confira a entrevista:

1) Você foi selecionado(a) para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAED-Jus. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

Me interessei em estudar prisões e temas afins ainda na graduação, quando iniciei minhas pesquisas sobre modelos arquitetônicos para prisões brasileiras no século XIX. Devido a isso, essas instituições foram meus objetos de estudo tanto no mestrado, quanto no doutorado. No final dos anos 2000, contando com a colaboração de uma rede de historiadores, de diversos estados, que estudavam esse tema, lançamos a coletânea “História das Prisões no Brasil” (Rio de Janeiro: Rocco, 2009), que teve excelente recepção no país e na América Latina. Após ingressar como docente no IFPE, comecei a trabalhar com orientação de estudantes que me procuraram para o desenvolvimento de projetos sobre o sistema prisional atual no Brasil. Em todo esse período, segui participando de bancas, eventos, coletâneas e redes acadêmicas para afinar e aprofundar os debates sobre as os aparatos carcerários numa perspectiva multidisciplinar.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAED-Jus?

Sem dúvidas, um dos maiores atrativos é o formato digital do evento pois possibilita a participação de um grande número de pesquisadores sem custos com viagens. A diversidade de temas abordados é outro fator que torna o evento dinâmico e capaz de atrais um público bastante heterogêneo. A possibilidade de publicação em livro é um importante estímulo à participação e excelente ferramenta de divulgação científica. Por fim, considero justa a forma de seleção dos coordenadores dos GTs.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar o direito de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?

O fenômeno do crime é bastante complexo, não podendo ser entendido apenas em seu aspecto jurídico. Nessa mesma perspectiva, asseguro que pensar em segurança pública não consiste somente em dispor de mais efetivo policial nas ruas ou aumentar o número de vagas no sistema prisional. Esses são assuntos que requerem amplas reflexões, que devem, obrigatoriamente, perpassar por diversos saberes e setores da sociedade: gestão pública, educação, saúde, lazer, sociologia, criminologia, trabalho e empregabilidade, psicologia, etc. Portanto, o grande desafio em discutir segurança pública e crimes – ou criminalidade – reside em promover um debate multi e transdisciplinar, fazendo com que tenhamos a real dimensão da complexidade desses fenômenos, para que não caiamos nos mesmos erros e simplificações tão comuns no cotidiano brasileiro, a exemplo da dispendiosa guerra às drogas ou o encarceramento massivo. 

4) Bom, outras pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAED-Jus. Que outras dicas você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

A escrita é um exercício constante! Primeiramente, para produzir bons textos, o pesquisador deve se manter atualizado, com as leituras em dia, sempre se debruçando nas publicações mais recentes e relevantes acerca do tema de seu interesse. Segundo, deve-se ter muita atenção com as questões teórico-metodológicas da pesquisa, sempre procurando eleger materiais e/ou métodos que deem conta dos objetivos propostos. Por fim, não se deve ter medo dos avaliadores, eles sempre terão excelentes dicas e encaminhamentos para aprimorar seus textos. 

Gostou da entrevista? Não esqueça de comentar e compartilhar.

A propósito, você já submeteu seu trabalho ao próximo evento do CAED-Jus? Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.eventoscaedjus.com/caedjus-site e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!

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