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Entrevista com Caroline Stéphanie Francis dos Santos Maciel – Coordenadora de GT do CAEduca 2019

A entrevistada desta vez é Caroline Stéphanie Francis dos Santos Maciel.

Caroline Stéphanie Francis dos Santos Maciel é Doutoranda em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), bolsista da CAPES e advogada. Mestra em Direito pela UFMG, com bolsa do CNPq. Bacharela em Direito pela UFMG, com formação complementar na University of Leeds/ UK. Ela é Coordenadora do GT Ensino Fundamental e Médio do CAEduca 2019.

 

Confira a entrevista:

1) Você foi selecionado(a) para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAEduca. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

Entre 2011 e 2015, fiz graduação em Direito na UFMG. Desde a graduação, busquei participar de atividades de ensino, pesquisa e extensão, como grupos de estudo, iniciação científica e monitoria. Estudei ainda um semestre na University of Leeds, no Reino Unido, o que me possibilitou conhecer melhor um sistema jurídico tão diverso do nosso, participar de aulas, seminários e eventos em uma universidade estrangeira de alta qualidade e produzir, por fim, artigos em inglês.

De 2016 a 2018, fiz mestrado na UFMG, com bolsa do CNPq e o tema da minha pesquisa foi o papel do Executivo federal na construção da reforma da educação básica. Durante o mestrado, foquei bastante na análise formal e de mérito da reforma curricular do ensino médio promovida pela Lei 13.415/17. A partir dessa pesquisa, produzi diversos artigos, alguns já publicados em revistas de renome do país. Fiz ainda estágios de docência e assumi duas turmas na graduação em Direito da UFMG, por dois semestres, com auxílio financeiro do IEAT/UFMG. Atuei como advogada orientadora no núcleo de prática jurídica da UFMG, prestando assistência judiciária gratuita aos necessitados.

Iniciei o doutorado em 2018 na UFMG e desde março de 2019 sou bolsista da CAPES. Minha pesquisa é voltada para o estudo de modelos de incentivo à participação e inovação no processo de tomada de decisão da administração pública. Publiquei artigos em revistas científicas, participei de coletâneas, eventos, dei palestras, cursos e integro alguns grupos e projetos de pesquisa e extensão universitária. Já havia coordenado alguns grupos de trabalhos em congressos e, por isso, resolvi me inscrever para a coordenação do GT 4 do CAEduca, especialmente por ter bastante interesse e pesquisa na área de políticas públicas em educação.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAEduca?

Já participo há bastante tempo dos eventos do CAED-Jus e na época o que mais me atraiu foi o fato de ser um congresso virtual, o que facilita bastante a discussão de pesquisas e a publicação de obra impressa ao final. Quando recebi um email informando sobre a criação do CAEduca, achei uma ideia muito interessante justamente pela centralidade do tema educação, que realmente conjuga estudos transdisciplinares de diversas áreas das ciências sociais. Como pesquisei durante meu mestrado sobre políticas públicas do Executivo federal em educação, especialmente no ensino médio, tive muito interesse em coordenar um GT. Já participei de eventos anteriores da associação na qualidade de ouvinte, apresentadora de trabalho e também coordenadora de GT e foi uma experiência muito boa, o que me estimula a continuar a me envolver nessas iniciativas.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar a educação de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?

O currículo do ensino fundamental e médio deve ser pensado e construído de maneira transdisciplinar. Um dos principais desafios da educação básica é tornar o currículo atrativo para os estudantes, de modo a diminuir a evasão escolar. Para tanto, é preciso que a abordagem em sala de aula seja a mais concreta possível e aliada ao contexto do mercado de trabalho. Os atores sociais de políticas públicas desenvolvidas na área devem ser ouvidos para a implementação de práticas efetivas e bem-sucedidas. Outro grande desafio na temática é a questão dos cortes e escassos investimentos públicos na base educacional e ainda a baixa remuneração dos professores. São vários e profundos os problemas educacionais brasileiros, mas inevitavelmente passam por essas duas questões. Essas problemáticas, portanto, devem aparecer nos artigos e resumos sobre o tema.

4) Bom, outras pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

Fazer pesquisa sobre o ensino fundamental e médio demanda não só um bom embasamento teórico a partir de levantamento bibliográfico no tema (dados secundários), mas também uma abordagem mais empírica, que se baseie em dados estatísticos e na realidade da educação básica brasileira (dados primários). É imprescindível para o enriquecimento da elaboração de um artigo ou resumo nessa temática se voltar para a prática escolar, especialmente do ensino público. Apenas a partir do estudo dos problemas reais enfrentados por alunos, professores e gestores da educação será possível traçar propostas concretas que tenham potencial de melhorar qualidade do ensino fundamental e médio.

Essa é, portanto, a principal dica para a produção de textos de alta qualidade e com potencial de inovação: aliar na pesquisa a teoria à prática para efetivamente contribuir com o avanço da área.

 

Gostou da entrevista? Não esqueça de comentar e compartilhar.

 

A propósito, você já submeteu seu trabalho ao CAEduca 2019 ? Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com/eventos e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!

 

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