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5 passos para uma carta de intenção que aprova nas seleções de mestrado/doutorado

Redigir uma carta de intenção pode ser um requisito para se ingressar em um Programa de Pós-graduação e se configura como uma fase importante do processo seletivo que precisa ser levada a sério.

Em geral, os Programas de Pós-graduação stricto sensu (por exemplo, mestrados e doutorados) solicitam aos candidatos (as) que encaminhem uma carta de interesses com o intuito de conhecer o candidato (a) e suas motivações alinhados a área de pesquisa pretendida.

Para saber mais sobre os tipos de Programas de Pós-graduação no Brasil, clique aqui.

Formular uma carta de intenção é um desafio para muitos acadêmicos. Algumas questões surgem durante o processo de escrita: será que eu devo incluir toda a minha trajetória profissional? A minha vida pessoal deve ser exposta neste documento?

É comum que durante a escrita do documento os candidatos (as) escrevam demais (incluam informações desnecessárias e até prejudiciais ao processo seletivo) ou de menos (esqueçam de pontuar pontos importantes sobre sua trajetória e habilidades profissionais e acadêmicas, sendo até prejudicados durante o certame).

Agora, imagine enfrentar essas questões e aprender o passo a passo para redigir uma carta de intenção que faça com que a Instituição que você tanto pretende estudar se interesse muito pela sua pesquisa e pelo seu capital intelectual, ansiando pela sua participação no Programa.

Para isso, é importante que o texto construído seja atrativo, instigante e principalmente, irresistível.

Mas como começar a escrever uma carta de intenção que aprova nas seleções de mestrado/doutorado?

Neste artigo, eu vou apresentar um passo a passo para que você aprenda a elaborar uma excelente carta de intenção que te ajude a:

  1. Ser reconhecido como um candidato (a) que tem uma trajetória acadêmica atrativa;
  2. Entender a estrutura e a importância de uma carta de intenção na sua carreira;
  3. Aumentar radicalmente as chances de causar uma boa impressão em bancas de seleção de mestrado/doutorado;
  4. Aumentar muito as chances de ter aprovado como um coordenador de GT no CAED-Jus;
  5. Aumentar bastante as chances de conseguir um financiamento para a sua pesquisa.

Se você não compreendeu ainda a grande oportunidade de ampliar suas chances de entrar em um mestrado e doutorado através de uma carta de intenção bem redigida e arrasadora, essa é a sua oportunidade de mudar a sua visão!

 

O QUE É UMA CARTA DE INTENÇÃO?

A carta de intenção (interesse ou motivação) é um documento que se constrói com intuito de se candidatar a uma determinada vaga de mestrado ou doutorado e apresentar os seus interesses e motivações.

Em geral, o Programa de Pós-graduação indica no edital do processo seletivo as normas de formatação da carta, como fonte, espaçamento, tamanho da fonte, e número de páginas (que varia entre duas ou três laudas, por isso seja conciso).

 

CONTEÚDO BÁSICO DE UMA CARTA DE INTENÇÃO

É possível dizer que a carta de intenção tem um conteúdo básico que você precisa estar muito atento para aumentar as suas chances de aprovação. Confira:

  1. Motivos que levaram a escolha do Curso (este é o momento de expor suas motivações acadêmicas, profissionais e pessoais para a escolha de determinado Programa);
  2. Expectativas em relação ao Curso (o que você sabe sobre a Instituição, o Programa, a área de pesquisa e o orientador escolhido? O que a participação no Programa vai agregar na sua vida e vice-versa?);
  3. Tema de interesse para aprofundamento de estudos e pesquisas (apresente sua pesquisa de forma instigante e inteligente, que possa gerar a curiosidade e interesse de possíveis pesquisadores na área);
  4. Justificativa de suas intenções (porque você escolheu este curso, esta área de pesquisa e este Programa? Não esqueça de visitar o site do Programa e conversar com antigos ou atuais alunos (as) para saber mais sobre a Instituição);
  5. Experiências próprias do(a) candidato(a) (você precisa aproveitar o espaço para fazer uma bela apresentação de si mesmo, demonstrando sempre a sua relação e da sua pesquisa com a linha de pesquisa pretendida).

 

O QUE NÃO FAZER NA CARTA DE INTENÇÃO

Confira o que não pode fazer na carta de intenção:

  1. Mentir (valorize suas potencialidades e habilidades, mas não minta sobre sua trajetória, aliás o objetivo da participação no Programa é agregar novas experiências acadêmicas);
  2. Copiar o currículo (o objetivo da carta não é copiar seu currículo, mas apresentar suas intenções, expectativas e motivações para participar do Programa);
  3. Esquecer de revisar o texto (não encaminhe o texto sem uma boa revisão de português);
  4. Usar citações (este não é o momento de citar autores ou aprofundar em questões teóricas, e sim de realizar uma apresentação atrativa e irresistível);
  5. Incluir fatos pessoais que não tenham relação com a pesquisa (você pode sim enriquecer o texto a partir do seu lugar de fala, mas é importante que os fatores pessoais estejam alinhados com seus estudos e com a linha de pesquisa pleiteada)

Portanto, fique bem atento para não cometer esses erros e comprometer a sua aprovação no mestrado/doutorado.

PASSO A PASSO PARA UMA CARTA DE INTENÇÃO

Confira o passo a passo para uma carta de intenção que aprova em seleções de mestrado e doutorado:

# PASSO 01: FAÇA UMA BELA APRESENTAÇÃO DE SI MESMO

O primeiro passo de uma carta de intenção é a apresentação do candidato. É o parágrafo que você diz quem é, de onde vem e apresenta de forma resumida a sua trajetória acadêmica. Este é o momento de citar cursos, estágios extracurriculares, participação em monitoria e projetos de pesquisa, projetos de extensão, atividades voluntárias, bolsas de iniciação científica, premiações, intercâmbios, publicações importantes, participação em eventos importantes, por exemplo. Não se esqueça que se valorizar não significa mentir, por isso seja honesto (a).

Algumas perguntas que podem te ajudar são:

  1. Qual seu curso e a instituição que cursou na graduação? (por exemplo, sou formada em Direito pela PUC/RJ);
  2. Qual o ano de conclusão da sua graduação? (por exemplo, o ano de conclusão da minha graduação foi em 2011);
  3. Tem curso de pós-graduação lato sensu? Em que instituição cursou? (por exemplo, sou especialista em Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos, pela ENSP/FIOCRUZ).
  4. Quais eventos mais importantes na sua vida acadêmica e profissional durante e após a graduação? (por exemplo, fui selecionada no Programa Jovens Líderes do Brasil pela Associação Universitária Internacional em 2010).

Este é o momento de vender o seu peixe! Você tem que dar motivos para o Programa te escolher, por isso apresente da melhor forma possível as suas potencialidades e habilidades para uma carreira acadêmica de sucesso. Então, não desperdice este parágrafo inicial com eventos que nada tenham haver com sua trajetória acadêmica ou com o Programa, mas coloque luz nas suas ações mais pertinentes a área pretendida.

 

# PASSO 02: APRESENTE SUAS MOTIVAÇÕES DE FORMA COERENTE

Em um segundo momento, lembre-se que o examinador precisa identificar quais as suas motivações para a escolha do curso e da área de pesquisa.

Quer algumas dicas para responder a este tópico? Anote aí:

  1. Explique sua relação com a pós-graduação stricto sensu (por exemplo, desde a graduação participo de projetos de monitoria e de iniciação científica, tenho interesse de aprofundar meus estudos em uma área que já venho pesquisando desde a graduação);
  2. Qual seu objetivo profissional? (lembre-se sempre da coerência! Por exemplo, meu objetivo é me tornar docente na área de Direito Constitucional);
  3. Quais os motivos que o levaram a escolher a instituição, o orientador e a área de pesquisa? (por exemplo, minha pesquisa dialoga com a área de pesquisa X do Programa porque aborda questões relativas à violações de direitos humanos).

Lembre-se que você precisa ser coerente, ou seja, demonstrar sempre a relação do seu histórico de estudos e vida profissional com as áreas de interesse da Instituição. Às vezes o seu projeto pode ser o máximo, mas não tem relação nenhuma com as linhas de pesquisa do Programa pretendido, por isso não gaste cartucho à toa, seja específico na seleção do curso que vai se candidatar.

 

# PASSO 03: EXPONHA SUAS EXPECTATIVAS DE FORMA CRIATIVA

Exponha suas expectativas em realizar o mestrado ou doutorado e diga o que espera encontrar no Programa desejado. Aproveite o espaço para surpreender a banca demonstrando o conhecimento que tem sobre a Instituição e a linha de pesquisa pretendida, fale do potencial do corpo docente, da importância das publicações do Programa, e como você também pode agregar nesse espaço acadêmico.

Como organizar este tópico?

  1. Aponte objetivamente a linha de pesquisa de maior interesse (você precisa demonstrar que conhece o Programa e que sabe em que linha o seu estudo se encaixa);
  2. Apresente as principais ideias, indagações e inquietudes motivadoras desta escolha (seja criativo, mostre que conhece as produções dos professores, os grupos de pesquisa, principais eventos, por exemplo);
  3. Aqui você já pode apontar quem enxerga como possível orientador para sua pesquisa (ou pelo menos indicar um perfil de orientador);
  4. Lembre-se que é importante valorizar o Programa e também o seu potencial para contribuir com o desenvolvimento institucional do mesmo.

Esse tópico é muito importante porque a banca está interessa em saber se as suas expectativas estão alinhadas com a linha de pesquisa pleiteada, por isso gaste tempo desenhando um conteúdo inteligente e criativo.

 

# PASSO 04: APRESENTE A SUA PROPOSTA DE ESTUDO DE FORMA INSTIGANTE

É claro que você ainda tem uma versão preliminar de um projeto de pesquisa ou até anteprojeto, mas não perca a oportunidade de impressionar com um resumo instigante sobre seu objeto de estudo. Você precisa gerar em seus possíveis orientadores curiosidade acadêmica pelo seu tema.

Quer saber o que precisa ter em um resumo de projeto ou anteprojeto de pesquisa?

  1. Importância do estudo (porque o seu estudo é importante? Qual o diferencial dele?);
  2. Justificativa (em que campo do saber seu estudo se acomoda? Sua pesquisa visa responder a uma lacuna na área? Você tem uma justificativa pessoal ou profissional para o estudo? Qual o impacto social da pesquisa?);
  3. Metodologia (por exemplo, pesquisa bibliográfica, pesquisa-ação, etnografia).
  4. Possíveis implicações (é bom já incluir este tópico mesmo que alterações aconteçam futuramente).

Estamos falando de um anteprojeto ou projeto de pesquisa que vai ser alterado durante a sua trajetória acadêmica a partir das suas novas leituras e orientações, mas que vai ajudar muito para que você apresente de forma coerente e atrativa seu objeto de estudo e surpreenda a banca.

 

# PASSO 05: FAÇA UM FECHAMENTO DE OURO

Finalize expondo como o Programa poderia contribuir na sua vida profissional e acadêmica. Mas lembre-se de pontuar também como você pode agregar ao Programa durante sua permanência nele.

Segue uma listinha para te ajudar a finalizar sua carta de interesse:

  1. Sempre valorize o Programa (destaque o diferencial de se estudar na Instituição);
  2. Deixe evidente o impacto na sua vida profissional e acadêmica (como essa experiência vai contribuir na sua trajetória?);
  3. Não se esqueça da relação de crescimento mútuo (o Programa está em busca de novos talentos e estudos pertinentes, então sua apresentação deve sempre corresponder a esta expectativa);

Pense sempre que tanto você enquanto candidato (a) e a instituição estão buscando crescimento do capital intelectual, por isso aproveite esta oportunidade para confirmar que a sua pesquisa e a sua trajetória acadêmica são o que o Programa de mestrado e doutorado procura.

 

CARTA DE INTENÇÃO E PRODUTIVIDADE

Se você estruturar a sua carta de intenção a partir desse passo a passo ficará mais evidente a organização de suas pretensões na carreira acadêmica e a importância do seu estudo e suas potencialidades para o Programa desejado.

A questão é que aprender a construir uma carta de intenção atrativa vai te ajudar muito no processo seletivo dos Programas de Pós-graduação (mestrado e doutorado), mas também de outras atividades acadêmicas.

Por exemplo, você pode ter que escrever uma carta de intenção para processos seletivos de coordenação de GT em eventos, livros e coletâneas, fator que conta muito na sua produtividade acadêmica.

Por isso não perca tempo, utilize esse passo a passo para organizar melhor suas estratégias de apresentação e aumente sua produtividade! Invista em publicações e participação de eventos de qualidade para abrilhantar o conteúdo da sua carta de interesses.

São exemplos de produções acadêmicas bastante valorizadas:

  1. Membership em associações nacionais e internacionais
  2. Artigos em revistas
  3. Livros
  4. Capítulos de livros
  5. Apresentação de trabalho em evento
  6. Artigos de opinião em veículos de comunicação

Não perca mais tempo. Agora é o momento de colocar esse passo a passo em prática. Coloque sua trajetória acadêmica no papel e comece a dar destaque aos seus percursos formativos, use essa estratégia para ampliar sua produtividade acadêmica.

 

QUER SABER COMO COMEÇAR A PRODUZIR AGORA?

Sem dúvidas os eventos do Conselho Internacional de Altos Estudos em Direito (CAED-Jus) podem auxiliar a sua produção acadêmica agora mesmo.

Os eventos do CAED-Jus podem contribuir pelo menos com o seguinte:

  1. Membership em associação internacional
  2. Apresentação de trabalho em evento
  3. Participação em evento
  4. Publicação de trabalho como capítulo de livro impresso
  5. Oportunidade para doutorandos atuarem como Coordenadores de GT/organizadores de livros.

 

Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!

 

ALGUMA RECOMENDAÇÃO DE LIVRO?

Separei alguns livros que podem ajudar no processo de formulação do seu problema de pesquisa.

 

A arte de escrever bem – Dad Squarisi e Arlete Salvador

 

 

Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo – Dad Squarisi e Arlete Salvador

 

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Sobre a autora:

Danielle de Araújo

Consultora em Educação e Gestão Social, Criadora do Blog Escrita Acadêmica Sem Mistério, Doutoranda e Mestra em Estado e Sociedade na UFSB, Especialista em Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos na ENSP/FIOCRUZ, Advogada formada pela PUC/RJ. Membra da Comissão de Diversidade e enfrentamento à intolerância da OAB Subseção Eunápolis – BA. Membra do Grupo de Pesquisa Paidéia – Laboratório de pesquisa transdisciplinar sobre metodologias integrativas para a educação e gestão social. Professora da Faculdade Nossa Senhora de Lourdes e Pitágoras.

 

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