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Entrevista com Flavio Albuquerque Neto – Coordenador de GT do CAED-Jus 2023

O entrevistado da vez é Flavio Albuquerque Neto

Flavio Albuquerque Neto é Doutor em História pela UFPE (2015); Professor e Pesquisador do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Professor colaborador do Curso de Pós-Graduação em Ciências Criminais da UNITA (Caruaru-PE). Pesquisador nos seguintes temas: História das prisões e dos prisioneiros; Educação prisional; Prisões e Direitos Humanos.

Organizador da coletânea “História das Prisões no Brasil (2 vols; Editora Rocco, 2009; Editora Anfiteatro, 2017). É também coordenador do GT 5 – Crimes e segurança pública do CAED-Jus 2023.

Confira a entrevista:

1) Você foi selecionado(a) para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAED-Jus. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.

Me interessei em estudar prisões e temas afins (como segurança pública, criminologia e Direitos Humanos) ainda na graduação, quando iniciei minhas pesquisas sobre modelos arquitetônicos para prisões brasileiras no século XIX, que seria o tema do meu TCC do bacharelado em História (que optei por realizar após me graduar na Licenciatura), no entanto emendei no mestrado, iniciado em 2006, quando estudei a reforma prisional do Brasil Monárquico durante o II Reinado. Já no Doutorado, estudei questões pertinentes ao trabalho penal em Pernambuco. No final dos anos 2000, contando com a colaboração de uma rede de historiadores, de diversos estados, que estudavam as prisões, lançamos a coletânea “História das Prisões no Brasil” (Rio de Janeiro: Rocco, 2009), que teve excelente recepção no país e na América Latina. Com meu ingresso no IFPE, comecei a trabalhar com orientação de estudantes em nível técnico, de graduação e de pós-graduação, bem como segui participando de eventos, coletâneas e redes acadêmicas para afinar e aprofundar os debates sobre as os aparatos carcerários numa perspectiva multidisciplinar.

2) O que mais lhe chamou atenção no CAED-Jus?

O formato digital do evento é um dos grandes diferenciais, pois possibilita a participação de um grande número de pesquisadores sem custos com viagens. A pandemia da covid-19 nos mostrou que esse formato é viável e pode ser cada vez mais aprimorado. A diversidade de temas abordados é outro fator que torna o evento atrativo e dinâmico. A possibilidade de publicação em livro é um importante estímulo à participação e excelente ferramenta de divulgação científica. Por fim, considero justa a forma de seleção dos coordenadores dos GTs.

3) A temática do seu GT é fundamental para pensar o direito de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?

O fenômeno do crime é extremamente complexo e dinâmico, não podendo ser entendido apenas em seu aspecto jurídico, assim como falar em segurança pública não consiste somente em dispor efetivo policial nas ruas. São assuntos que requerem amplas reflexões, que devem, obrigatoriamente, perpassar por diversos saberes e setores da sociedade: gestão pública, educação, saúde, lazer e recreação, sociologia, criminologia, trabalho e empregabilidade, psicologia, etc. Portanto, o grande desafio em discutir segurança pública e crimes – ou criminalidade – reside em conseguir promover um debate multi e transdisciplinar, fazendo com que tenhamos a real dimensão da complexidade desses assuntos, para que não caiamos nos mesmos erros e simplificações tão comuns no cotidiano brasileiro, a exemplo da dispendiosa e ineficiente guerra às drogas aos moldes neoliberais, que o Estado brasileiro vem lançando mão nas últimas décadas.

4) Bom, outras pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAED-Jus. Que outras dicas você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?

Primeiramente, para produzir bons textos, o pesquisador deve se manter constantemente atualizado, com as leituras em dia, sempre se debruçando nas publicações mais recentes e relevantes acerca do tema de seu interesse. Segundo, deve-se ter muita atenção com as questões teórico-metodológicas da pesquisa, sempre procurando eleger materiais e/ou métodos que deem conta dos objetivos propostos. Por fim, não se deve ter medo dos avaliadores, eles sempre terão excelentes dicas e encaminhamentos para aprimorar seus textos. A escrita é um exercício constante!

Gostou da entrevista? Não esqueça de comentar e compartilhar.

A propósito, você já submeteu seu trabalho ao próximo evento do CAED-Jus? Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.eventoscaedjus.com/caedjus-site e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!

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