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09 dicas para entrevistas de seleção de mestrado e doutorado

Você passou para a entrevista de seleção do mestrado e doutorado, e agora?

Muitos candidatos a mestrado e doutorado ficam perdidos quando o assunto é entrevista de seleção. Afinal, como você deve se preparar? O que deve ser perguntado? Como você é avaliado?

Posso dizer que muita gente fica com “frio na barriga” e acaba não aprovando nesta fase de entrevistas. Entrevistas são fundamentais para o ingresso no mestrado e doutorado e você não pode se dar ao luxo de ser reprovado nesta fase.

Neste artigo, eu vou apresentar a você 09 dicas para que você tenha sucesso na sua próxima entrevista. São dicas que extrai de diversas bancas de seleção de mestrado, doutorado e pós-doutorado das quais participei ao longo destes anos. Não quero que você passe pelos mesmos problemas!

ENTREVISTAS COMO FORMA DE SELEÇÃO

Para começo de conversa, você precisa ter essas três perguntas e respostas em mente quando o assunto é entrevista:

O QUE É UMA ENTREVISTA?

Podemos dizer que é uma interação entre pessoas em que perguntas são feitas com o objetivo de obter informações que sejam importantes para o processo decisório.

O QUE É UMA ENTREVISTA DE SELEÇÃO DE MESTRADO E DOUTORADO?

É uma etapa do processo seletivo para ingresso no programa de pós-graduação com a finalidade de avaliar as aptidões e intenções acadêmicas e profissionais do entrevistado à luz dos objetivos institucionais e pedagógicos do programa.

COMO GERALMENTE OCORREM AS ENTREVISTAS?

As entrevistas geralmente ocorrem com uma banca de 3 a 5 professores definidos pelo programa de pós-graduação e possuem as seguintes características:

  1. Tempo de duração médio de 15 a 25 minutos
  2. Perguntas relacionadas à vida profissional e acadêmica pregressa do candidato
  3. Perguntas relacionadas à intenção de pesquisa
  4. Perguntas relacionadas às pretensões acadêmicas e profissionais do candidato

Vale lembrar que a banca de seleção já leu o seu currículo e demais documentos antes de você entrar na sala de entrevistas. Se o processo seletivo também tiver prova, a banca também sabe a sua nota.

Portanto, esse é o momento decisivo para você consolidar a sua aprovação no processo seletivo ou para sacramentar a reprovação.

INSUCESSO EM ENTREVISTAS

Se você chegou até aqui neste artigo é porque leva a sério esta fase e se preocupa com o seu desempenho.

Durante estes anos participando de tantas bancas de seleção, posso dizer que, em geral, as pessoas têm insucesso nas entrevistas porque:

  1. Não fizeram o dever de casa prévio para a entrevista
  2. Não sabem o que está em jogo na entrevista
  3. Demonstram pouca aptidão para fazerem um mestrado ou doutorado
  4. Passam insegurança em relação às decisões acadêmicas que tomaram

Por isso, as 09 dicas vão mudar a sua visão sobre este momento tão importante da entrevista e certamente lhe ajudarão para que tenha um desempenho impecável.

DICAS PARA ENTREVISTAS DE SELEÇÃO DE MESTRADO E DOUTORADO

Chegou o momento!

Já conversei com você sobre o que é uma entrevista e a sua importância para os processos seletivos e também já apresentei os principais motivos de insucesso nas entrevistas.

Você não quer correr o risco da reprovação, correto? Então confira as minhas dicas abaixo:

# DICA 01 – Faça seu dever de casa

Você não pode chegar na entrevista sem saber informações básicas sobre o programa de pós-graduação que você quer ser aprovado.

Parece trivial, mas há pessoas que são entrevistadas sem saberem a linha de pesquisa que querem seguir, por exemplo. Já vi até pessoas que não pesquisaram qual orientador pretendem.

Eu entendo que você fez o dever de casa quando:

  1. Leu todo o site do programa
  2. Entendeu as linhas de pesquisa e qual você se aproxima mais
  3. Mapeou as principais discussões e pesquisas do programa
  4. Analisou os currículos dos professores do programa
  5. Identificou a nota do programa na capes
  6. Listou como você pode contribuir efetivamente com o programa

# DICA 02 – Revise o material de seleção

Você precisa revisar o material que regulamenta o seu processo seletivo, especialmente o edital.

Se você fizer perguntas à banca sobre informações básicas que constam no edital é um indício de que você não leu ou não prestou atenção.

As fases e procedimentos devem estar claras para que você possa se situar no momento da entrevista e poder se referir a momentos anteriores e posteriores do processo seletivo com segurança e demonstrando que você “está por dentro”.

# DICA 03 – Conheça bem a banca

Você precisa conhecer bem a banca. Na entrevista, temos diversas oportunidades de demonstrar que fizemos o dever de casa de maneira sútil e sem “forçar a barra”. E conhecer a banca aumenta as oportunidades de você chamar atenção para a sua candidatura.

Quando digo conhecer a banca não é para você fazer amizade ou visitar os professores em seus gabinetes previamente. Isso pega muito mal!

Seguem algumas estratégias que você precisa adotar para conhecer bem a banca:

  1. Visite os currículos dos professores
  2. Memorize os rostos dos professores para você saber se dirigir a eles pelo nome na entrevista
  3. Acesse informações/atividades interessantes que já desenvolveram
  4. Caso a bibliografia de autoria deles esteja no processo seletivo, cite-as na entrevista e trave um diálogo sobre como contribuem para as discussões
  5. Caso identifique relação direta com a sua intenção de pesquisa, cite-os na entrevista (desde que os tenha lido)

# DICA 04 –Conheça bem o possível orientador

Você está participando de um processo seletivo que costuma ser concorrido.

Por mais que não seja garantido quem irá te orientar, você precisa ter em mente qual pessoa você deseja que te oriente e, inclusive, qual seria uma opção alternativa (jamais chame a alternativa de “Plano B” heim).

Por que você precisa de uma alternativa? Em geral, os orientadores possuem limitação numérica de orientandos. Portanto, pode ocorrer que a sua escolha principal não tenha disponibilidade no período e a escolha alternativa seja a disponível no momento.

Em geral, os critérios/procedimentos para a escolha do possível orientador são os seguintes:

  1. Visite os currículos dos professores
  2. Acesse informações/atividades interessantes que já desenvolveu
  3. Leia as bibliografias-chave do orientador
  4. Relacione o orientador com a sua intenção de pesquisa
  5. Defenda o motivo da sua escolha de orientação perante a banca de seleção, caso seja perguntado
  6. Caso o orientador ou a alternativa também façam parte da banca de seleção, essa é a sua chance (talvez a última do processo seletivo) de causar uma excelente impressão.

# DICA 05 – Seja sincero

Se você não sabe, não pode, não tem certeza, não fez, etc, então não diga o oposto.

Em geral, fazem parte de bancas de seleção pessoas experientes e com uma alta capacidade e reconhecimento acadêmico. São pessoas que já tiveram muitos orientandos e já conheceram todo tipo de pessoa.

Por isso, a sinceridade sobre as suas limitações ou inseguranças pode ser um ponto a favor na entrevista.

Afinal, não é esperado que você saiba tudo de tudo ou tenha feito tudo de tudo. Ao ser transparente, você mostra a sua humanidade e deixa claro para a banca de seleção que você não está tentando vender uma imagem que não tem.

# DICA 06 – Seja flexível

É comum nas bancas de seleção que os professores:

  1. Sugiram modificações pontuais na intenção de pesquisa
  2. Sugiram opções de orientação
  3. Sugiram leituras complementares

A primeira atitude é agradecer pelas sugestões e dizer que serão muito úteis para o mestrado/doutorado, caso você seja aprovado.

A segunda atitude é não incorrer no erro de alguns candidatos que costumam responder assim: “eu topo qualquer alteração”, “eu estou disposto até a mudar tudo”, “eu não tenho apego ao que eu propus”. Ora, ao responder assim, você está pondo em cheque a credibilidade de toda a sua proposta de pesquisa e isso é bem arriscado.

Observe que você está na dica 06, então eu presumo que você já cumpriu tudo que falei anteriormente. Não há motivo para “jogar o bebê com a água junto” e prometer à banca uma “página em branco” após a aprovação.

Você tem uma proposta de pesquisa que deve ser defendida perante a banca, mas você também deve demonstrar a flexibilidade para adaptá-la, customizá-la e transformá-la em algo mais próximo dos objetivos do programa e do orientador.

# DICA 07 – Seja gentil

O contexto da entrevista tem alguma imprevisibilidade. Isso quer dizer que a banca pode acabar sugerindo adaptações, fazendo críticas, perguntando curiosidades, etc.

Para todas essas imprevisibilidades vem a gentileza. Busque não entrar em conflito com a banca e aproveitar as considerações e comentários como uma forma de, no futuro, você repensar parte da sua intenção de pesquisa.

O modo como o candidato reage a críticas durante a entrevista pode ser um indicativo da maturidade acadêmica, que é algo importante para o mestrado e o doutorado. São posturas interessantes:

  1. Agradecer por críticas e sugestões
  2. Evidenciar que o mestrado/doutorado é um processo formativo e que você está lá para isso também
  3. Informar que irá aprofundar a leitura ou a reflexão para incorporar a crítica ou sugestão

Quando reagimos com gentileza e com abertura a repensar, estamos construindo perante a banca uma impressão bastante positiva.

# DICA 08 – Mostre como você pode contribuir

Um dos interesses da banca de seleção é averiguar como o candidato pode contribuir para o seguinte:

  1. Aprimoramento do programa
  2. Visibilidade do programa
  3. Produtividade do programa

Neste aspecto, muitas pessoas pecam porque respondem as perguntas afirmando o seguinte:

  1. Estão se candidatando o mestrado/doutorado por motivo unicamente individualista
  2. Pretendem dedicar tempo somente a assistir aula
  3. Não querem se dedicar a atividades acadêmicas extraclasse
  4. Não pretendem dedicar tempo a grupos de pesquisa e reuniões
  5. Não pretendem participar de eventos acadêmicos com apresentação de trabalho
  6. Não têm ideia ou sugestão de como podem contribuir para o aprimoramento, visibilidade e produtividade

A decisão da banca de seleção sobre a sua aprovação também considera a sua capacidade de contribuir com o programa. É uma via de mão dupla!

# DICA 09 – Inspire produtividade

Candidatos que não produzem academicamente só perdem para mestrandos e doutorandos que não produzem academicamente.

Se você se propõe a fazer um mestrado/doutorado, você tem que saber as regras do jogo. Uma das regras é produzir, especialmente em conjunto com o seu orientador. Por isso, a banca de seleção está atenta a isso.

Não é pecado se você ainda tem um currículo com pouca ou nenhuma produção, mas também isso não conta a favor. Se você já tem alguma produção, isso “salta aos olhos” porque leva a banca a crer que você continuará produzindo.

São exemplos de produções acadêmicas bastante valorizadas:

  1. Membership em associações nacionais e internacionais
  2. Artigos em revistas
  3. Livros
  4. Capítulos de livros
  5. Apresentação de trabalho em evento
  6. Artigos de opinião em veículos de comunicação

Se você não tem essas produções, resta você justificar à banca o motivo (caso haja essa pergunta) e firmar um compromisso sincero e verdadeiro de que a sua estratégia no mestrado/doutorado será diferente.

COMO COMEÇAR A PRODUZIR AGORA?

Não tenho dúvidas de que os eventos do Conselho Internacional de Altos Estudos em Direito (CAED-Jus) podem auxiliar a sua produção acadêmica agora mesmo.

Os eventos do CAED-Jus podem contribuir pelo menos com o seguinte:

  1. Membership em associação internacional
  2. Apresentação de trabalho em evento
  3. Participação em evento
  4. Publicação de trabalho como capítulo de livro impresso

Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com/eventos e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!

ALGUMA RECOMENDAÇÃO DE LIVRO?

Separei para você dois livros que podem ajudar na preparação para a sua entrevista. Confira:

Como fazer entrevistas de seleção – Penny Hackett

Essa vaga é sua! 101 perguntas mais frequentes e como respondê-las corretamente – Reinaldo de Souza

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Sobre o autor:

Felipe Asensi

Diretor do Instituto Diálogo, Pós-Doutor em Direito pela UERJ, Doutor em Sociologia pelo IESP/UERJ,Mestre em Sociologia pelo IUPERJ,Advogado formado pela UFF, Cientista Social formado pela UERJ, Membro Efetivo do IAB e da Academia Luso-Brasileira de Ciências Jurídicas, Senior Member da Inter-American Bar Association (IABA), Professor da UERJ, UCP, USU e AMBRA College, Autor de 34 livros.

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